Livro: Castro, de Reinhard Kleist
25/nov/2014 | |
Lembram do post que fiz falando dos meus quadrinhos alemães sobre a vida de Elvis e Johnny Cash? Vocês sabiam que existe uma editora que publica os livros de Reinhard Kleist traduzidos aqui no Brasil? Além de me informar isto, a Editora 8INVERSO me presentou com o livro Castro, do mesmo autor. Decidi falar sobre ele hoje porque li e gostei bastante. Só por ler em português, já foi uma alegria extra bigsmile bigsmile
O tema desde livro no início me deixou em dúvida se eu gostaria ou não, mas depois de começar a ler devorei rapidamente! Eu esperava um livro mais pesado ou arrastado e para minha sorte eu estava errada. Ele tem uma maneira gostosa de contar a história, com uma interessante narrativa do ponto de vista de um jornalista alemão. O autor vai misturado ficção e realidade, presente e passado. Além, claro, das ilustrações de Kleist de quem já me declarei fã meses atrás. É incrível o que ele consegue fazer com meia dúzia de linhas pretas no papel branco! Se você olhar bem, pode perceber cada mínimo risco que ele fez. Acho que a forma com que ele usa preto dá todo drama na história, usando contraste em alguns pontos das páginas.
Já nas primeiras páginas percebi que ele aborda a figura de Fidel Castro de maneira singular. Explico: o livro vai ambientando detalhadamente a vida de Fidel desde criança, na fazendo de seu pai, onde ele começa a perceber uma série de injustiças e se questionar (veja acima!). Estes problemas vão além de sua fazenda e atingem na verdade Cuba inteira, que geram uma comoção e posteriormente revolta. O livro vai acompanhando Fidel e seus ideais, fazendo inclusive relações entre Cuba e a Alemanha, coisa que eu não esperava ler.
Kleist jura que tentou ser o mais imparcial o possível neste livro, mas admite que é difícil. Ao defender que a revolução de Fidel foi boa para as pessoas pobres da periferia, chegou a ser acusado de ter sido muito compreensivo com o ditador. Mas afinal será que existem realmente apenas dois únicos pontos de vista, uma espécie de bem e mal? Imagino que não seja tão simples assim de julgar uma obra e um autor. Quando questionado se continuaria a ilustrar biografias, Kleist foi direto: “isto eu não sei, mas sobre política posso garantir que nunca mais. É muito complicado!”.
Relembre o primeiro post que fiz sobre Kleist.
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Reinhard Kleist
8Inverso
288 páginas