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A mãe que gosta de jogar


20/jul/2023 | Anielle Casagrande |

Desde a gravidez, eu ficava pensando (e ainda fico!) que tipo de mãe eu seria. Na minha cabeça eu seria a mãe mais completa possível, mil e uma qualidades, casa limpa, comida caseira, energia de montão pra brincar e tudo mais. Mas a verdade é que nunca consegui ser essa supermãe, perfeita, incansável. Até porque quando meu bebê fez um ano eu descobri que sou autista grau dois e tenho muita dificuldade com tudo que envolve interação social. 

Não vou mentir: nos primeiros meses eu sentia muita dificuldade para entreter o bebê. Mesmo sendo simples entreter uma criança pequena, eu acabava imitando as brincadeiras do meu marido, mas de um jeito próprio e desajeitado. Era um sufoco e eu ficava me sentindo péssima. Que mãe é essa, que não brinca direito?

Quando ele fez um ano comecei a comprar jogos para nós. Sim, para nós! Eu sempre gostei muito de jogos e vi ali uma oportunidade perfeita para interagir, brincar e entreter o bebê. E adivinhem, deu muito certo. Hoje ele tem dois anos e sete meses e os jogos ainda são nossa brincadeira favorita. Ando de patinete, brinco de Lego, monto bichos de massinha, mas gosto mesmo é de jogar.

Como era de se esperar, montamos uma grande coleção de jogos. Temos jogos de vários países e de todo tipo. Para mim é um jeito gostoso de passar o tempo. Gosto muito, por exemplo, de quebra-cabeça e jogo da memória. Claro que ele não sabe jogar todos, mas a gente passa um tempo brincando com as peças, olhando os desenhos, colocando os bichos de madeira na massinha ou na areia, e alguns vão até pro banho. 

Tudo isso pra dizer que a mãe perfeita não existe. Mas a maternidade nos permite descobrir facetas nossas que a gente não lembrava ou não sabia que tinha. Nunca gostei de quebra-cabeça, nem de jogo da memória, pelo menos que me lembre, e olha só! Virei a mãe que ama jogar.


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