A pior mãe do mundo

Continuamos na batalha das refeições do bebê. Não é simples, é bem cansativo. Eu nunca desisti, então sigo tentando, e vou continuar lutando. Ofereço as comidas que ele gosta mas nunca deixo de inserir no prato dele ovos, carne, legumes, arroz e feijão. Desde janeiro, ele só come 5 alimentos no total. A seletividade alimentar dele já foi considerada grave por uma psiquiatra infantil e por uma neuropediatra. Temos consulta quarta que vem para falar sobre as terapias que ele vai precisar fazer.

Eu estava sozinha com ele quando minha vó chegou de surpresa e me viu servindo seu pratinho, que tinha ovo cozido, macarrão, arroz, batata frita, nuggets e um brócolis. Conheço meu filho: ele beliscou uma batata e pronto. Eu comemorei, afinal ele geralmente fica dias sem comer absolutamente nada e uma batata é melhor que nada. Esses dias ele pediu sorvete e eu cheguei a me emocionar de ver ele comendo alguma coisa. Fiz até foto.

Não levou um minuto pra ela começar a criticar e dizer que era culpa minha, que não ensinei ele desde a introdução alimentar a comer arroz, feijão e carne, comida caseira e saudável. Ela nunca perde a oportunidade de falar essas mentiras para mim de novo e de novo. Tem um milhão de vídeos dele comendo arroz e feijão na introdução alimentar.

Eu tenho perfeita noção do que é uma alimentação saudável e equilibrada. Ele teve uma introdução alimentar exemplar. Mas nesse dia, mais uma vez, confesso que me senti a pior mãe do mundo. Enquanto eu comia arroz, feijão, legumes e ovos, eu olhava para seu pratinho intacto e sentia o ódio e a culpa me engolirem. Não é culpa minha. Mas é um assunto muito delicado e complexo, e sinceramente, acho que só quem passa por isso entende. Enquanto escrevo isso, ele está novamente vários dias sem comer.