A previsibilidade antes de uma cirurgia
06/jul/2024 | |
Logo que descobrimos que nosso filho de 3 anos precisava passar por uma cirurgia, começamos a conversar com ele sobre todos os detalhes. Num primeiro momento eu pensei que seria melhor não falar quase nada, mas no fim decidimos ir falando aos poucos no decorrer de meses para ver como ele se sentia. Ele na verdade ficou muito empolgado e curioso, então seguimos falando cada vez mais detalhes.
Logo ele já tinha entendido que faria uma cirurgia na boca e orelha. Quando íamos ao hospital, ele sabia que estávamos fazendo os exames e consultas para operar e que era tudo muito importante. Pensei que teríamos dificuldade com o jejum de 8h (inclusive de água), porque ele gosta de mamar dormindo e quando acorda. Eu não podia estar mais enganada: ele mesmo fez o jejum sem eu ter que pedir.
No dia da cirurgia chegamos muito cedinho ao hospital e juntos vimos o sol nascer, coisa que ele nunca tinha visto antes. Quando ele internou, ele disse que já sabia que logo teria que colocar o avental (e ficou torcendo que fosse azul!), que iria dormir para a cirurgia e que depois acordaria com um pouco de dor e sonolento. Na prática ele odiou usar o avental (marrom!) até porque estava um dia muito frio e era gigantesco, mas entendeu que era necessário. Abraçou o pai, que também estava de avental, e juntos foram para o centro cirúrgico. Quando acordou, o pai estava ao seu lado, conforme o combinado.
Quando tivemos alta e viemos para casa, ele mesmo comentou que sabia que só poderia comer comidas frias. Quando foi comer pela primeira vez, no dia seguinte, fez questão de conferir se não tinha nada quente no prato. Desde então, ele me lembra isto mil vezes por dia. Também fala quando está com dor, fome, sono. Ah, e também pede sorvete toda hora, afinal foi o médico que mandou!
Com certeza a previsibilidade ajudou bastante o Nico nesse momento tão delicado, já que assim poucas coisas foram surpresa para ele e para nós.