Agora não, já!

Tente explicar para o bebê que ele vai mamar depois quando estiver em casa, para começar a terceira guerra mundial. Explique que vamos comprar esse brinquedo quando virar o cartão, e lá vem uma choradeira. Diga que ele vai poder brincar com os kinder ovos depois da soneca, e ganhe de brinde uma criança revoltada se atirando no chão. Deixe o bebê na escola e explique que ao final do dia a mamãe volta, para ouvir a maior choradeira que você já viu na vida.

Bebês querem tudo agora. Bebês são extremamente imediatistas. Eles não entendem de imediato nem facilmente que algo que para eles é tão urgente, pode ser feito depois. Aliás, tudo para eles é urgente. Se eles querem mamar, precisa ser agora. Se eles querem um carrinho que viram na mão de outra criança, precisa ser agora. Se eles gostam de um brinquedo no shopping, precisa ser agora: muitas vezes não esperam nem você pagar, e já querem sair correndo da loja com ele na mão. Imagine explicar que hoje a mamãe não tem dinheiro. 

Claro que com o passar dos meses eles vão desenvolvendo a fala e entendendo melhor o que os adultos falam. Podem até fazer pequenos acordos e compreender que o mamá vem daqui a pouco, que o amigo está brincando com o carrinho e depois empresta. Mas para isso são meses e meses de muito choro. Quanto menor o bebê, mais imediatas são suas demandas. Por isso recém-nascido precisa de tanto colo e mamar em livre demanda. 

Tem uma música do Palavra Cantada que fala sobre isso e se chama “eu sou um bebezinho”. Seu refrão diz: “não tenho tempo para esperar a hora, tem que ser aqui, tem que ser agora. Agora não, já!”. É isso.