Amamentar com dor
13/jul/2022 | | #amamentação
Desde que comecei a falar abertamente sobre minha experiência ao amamentar com dor, percebi que não é uma questão apenas minha sentir repulsa e desespero. Inclusive recebi mensagens de pessoas com mais repulsa que eu, que sentiram agonia ao ler meu texto e lembrar da dor, e também recebi mensagem de muitas mães que desmamaram seus bebês por esse motivo.
Amamentar com dor foi um enorme gatilho para mim na primeira semana de vida do meu bebê. Além da dor, eu sentia a sensação de impotência por não saber o que fazer. Não conseguia sozinha achar o problema e conhecia aquele bebezinho fazia apenas 5 dias. Aliás, vale lembrar que ele também estava me conhecendo e se adaptando à nova rotina fora da barriga.
As primeiras semanas são sempre uma confusão, na minha opinião. Veja bem: eu sentia que estava fazendo tudo certo. Colocava ele pra mamar, ele mamava feliz e dormia e tudo ótimo. Quando começou a doer e sangrar não entendi nada, só sei que comecei a ficar aterrorizada. Eu tinha ido à consultora de amamentação ainda na gravidez e nunca achei que isso aconteceria comigo.
Eu evitava ficar perto do bebê para ver se ele espaçava as mamadas e me dava uma folga, mas claro que não deu certo. Quem nos ajudou foi novamente a consultora de amamentação, que percebeu que a boca dele escorregava após alguns segundos mamando e ficava no ângulo errado, abocanhando apenas o bico, e não a aréola. Pra você ver como amamentar não é nada simples como parece e é SEMPRE bom ter o telefone de uma boa consultora já salvo.
Recentemente voltei a ter dor devido às piruetas que o bebê gosta de dar mamando. Ele fica de lado, de pé, de quatro, de ponta-cabeça. Ele sobe na minha cabeça inclusive. Sem falar das mordidas, chutes, arranhões e de quando ele mama esticado olhando pro outro lado. Tem sido momentos desafiadores, mas estou conseguindo manter a amamentação e conversar com ele aos poucos para não fazer mais aiai na mamãe.