Aquele brinquedo barulhento

Estávamos na praça quando um casal com bebê se aproximou e começamos uma longa conversa sobre bebês, triciclos, desabafos etc. No meio da conversa o pai me confessou, envergonhado, que tinha tirado a pilha de alguns brinquedos barulhentos que o bebê ganhou de aniversário. Fiquei chocada e falei que aquilo era muito inteligente. Nunca me passou pela cabeça uma ideia dessas. Mas depois desse dia comecei a perceber que isso é sim pra lá de comum! Tem até memes sobre isso em várias línguas!

Acho muito desagradável receber de presente um brinquedo barulhento. O problema não está em fazer algum som e sim em fazer um barulho insuportável, por exemplo alto e estridente. Quem precisa ficar ouvindo o barulho irritante e incessante são os pais, e pior, geralmente a mãe (que é quem na maioria das vezes passa o dia com o bebê), e isso é enlouquecedor.

Eu guardava esse pavor como um grande segredo até esse dia na praça em que descobri que não estou sozinha no temor de brinquedos barulhentos. Quando falei sobre isso no Instagram então, conformei que o temor é geral. O problema é que eu não sabia que podia simplesmente sumir com a pilha. Falando em pilha…

Eu tenho uma teoria que os melhores brinquedos são os sem pilha. Os brinquedos que permitem bastante imaginação e diversas brincadeiras. Brinquedos que a criança pega na mão e imagina que estão mordendo outros brinquedos, ou leva pra praia, ou leva pro banho, ou enfia na areia, ou oferece água e comida, ou dorme abraçado, ou leva para um emocionante passeio de triciclo, ou faz dormir e depois coloca uma coberta por cima. Esses são, na minha opinião, os melhores brinquedos. E olha só, sem deixar os pais quase loucos e torcendo para que a pilha acabe logo, senão terão que fazê-la sumir misteriosamente!