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Começo na terapia ocupacional


14/out/2023 | Anielle Casagrande |

Confesso que até eu ser encaminhada para 5 meses de terapia ocupacional, eu nem sabia o que era isso. Nem que era “coisa de autista” eu sabia. Porém, só passei a compreender melhor quando meu filho foi encaminhado pela psiquiatra infantil para terapia ocupacional este ano devido sua seletividade alimentar, que é bem grave.

Estou muito feliz com esse lugar onde estou levando ele. É um lugar pequenino, num prédio, e mais caro que os outros que visitei porque o uso do espaço é individual. Eu fico na sala de espera a 2 passos de distância. Também posso entrar sempre que ele pedir ou quando ele quiser usar o banheiro. Ele ama ir até lá. Ele chama de parque, porque pra quem não sabe, parece mesmo uma grande brincadeira. A única parte ruim é quando acaba! 

Ele foi só em duas sessões e já foi suficiente para o terapeuta me explicar mais sobre ele do que eu era capaz de ver sozinha. Por exemplo, que ele tem dificuldade em fixar a atenção em uma brincadeira, e passa o tempo todo pulando de brinquedo em brinquedo num ritmo bastante frenético. Ele também gosta muito de movimento: correr, escalar, escorregar, pular. Também já deu até pra perceber que ele tem rigidez mental, o que chamamos popularmente de “ser cabeça dura”. Ele gosta, por exemplo, de combinar as cores de tudo durante a brincadeira e fica nervoso se não combinamos também. Outra coisa, ele gosta de criar e seguir sempre os mesmos padrões ao brincar. 

Outra coisa que o terapeuta já percebeu é que ele tem dificuldade com algumas texturas. Ele até toca, mas sente um pouco de agonia. Ao mesmo tempo, ele é uma criança muito curiosa, criativa, comunicativa e sociável. O tratamento agora vai focar em aumentar seu tempo de atenção (para ele conseguir parar o que está fazendo, sentar e comer), na questão sensorial e na rigidez mental, para que ele aceite experimentar novas comidas e texturas. Começando pelo olhar, cheirar, encostar, coisas que ele não consegue fazer. Na verdade, nem parar e sentar ele consegue, e sempre foi assim.

Se em apenas duas sessões já descobrimos tudo isso, imagina a longo prazo?


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