Diagnóstico de tps
21/nov/2023 | |
Quando meu bebê tinha 2 anos, minha psiquiatra solicitou que ele fosse a uma psiquiatra infantil. Eu e meu marido nunca tínhamos notado nada estranho nele, mas sua psiquiatra notou muitas coisas. Com 2 anos e 2 meses ele não falava quase nada. Ele também tinha um jeito muito rígido e repetitivo de brincar, pouca atenção, seletividade alimentar grave e interação muito pobre. Meu coração deu um pulo: eu nunca tinha percebido nada. Ela e uma neuropediatra disseram que ele é autista mas não quiseram fechar o diagnóstico porque ele era muito novo.
Ela encaminhou-o para fono, terapia ocupacional e escolinha. Na escola ele desenvolveu muito bem a fala e a socialização, virando rapidamente amigo de todos. Já sua rigidez e seletividade alimentar começaram a me preocupar. Em 2023 ele apenas perdeu peso e passou dias sem comer com frequência. Estou falando de até 5 dias sem comer. E só aceita as mesmas comidas (quase todas sólidas, secas e amarelas). Também é muito agitado e tem muitas crises de choro difíceis de acalmar, que deixam a gente muito cansado. Ir ao mercado eu simplesmente desisti.
Durante dois meses ele fez uma avaliação detalhada e atenciosa com um terapeuta ocupacional que o diagnosticou com Transtorno do Processamento Sensorial. Seu corpo processa sensações diferente do esperado. Esse é um dos motivos de ele ter tantas crises, tão longas e difíceis de explicar. Também explica sua necessidade absurda de estar sempre em movimento, inclusive se pondo em risco e se machucando bastante. Também tem a questão da seletividade alimentar, que pode ser devido a texturas e cores, ou da própria rigidez cognitiva. Ele tem tanta rigidez, que não permitia alterar absolutamente nada nas brincadeiras na terapia. Foram 2 meses brincando sempre da mesma forma e tinha crise se o terapeuta tentava interferir.
Por muito tempo, tivemos brigas em casa sobre como ele era mimado e precisava que fôssemos mais firmes. O diagnóstico ajudou a perceber que na verdade ele apenas precisa de ajuda, amor e compreensão. Ah, e muita terapia ocupacional.