Feliz em casa :)
19/ago/2022 | |
Infelizmente, por mais de um ano fui tratada por uma médica “feminista” que me dizia 2x por mês que eu precisava “procurar o que fazer” (palavras dela) porque “não é bom para o feminismo ficar em casa dependendo do marido e esse não é um bom exemplo feminista para o bebê” (mais palavras dela). Por mais de um ano escutei essas palavras e me culpei muito. Me culpei mais do que podem imaginar. Só quem me conhece há mais tempo sabe que foi muito difícil para mim parar de trabalhar no auge da minha carreira em 2016 (ou seja, não foi quando virei mãe, em 2020), porque tenho tendinite nos dois punhos e não consigo usar mouse.
De 2017 para cá nunca fiquei “sem fazer nada”. Comprei um mouse diferentão que me permitia usar o computador e virei freelancer. Entrei de cabeça em wordpress e mantive por anos um blog sobre design web, junto aos projetos como freela. Enquanto isso, ia de médico em médico sem saber que dor crônica maldita era aquela. Passei 2 anos com diagnóstico de fibromialgia até alguém olhar e dizer que era “só” tendinite mesmo.
Antes de engravidar estava cursando sistemas de informação na utfpr; passei numa federal enquanto tocava meus freelas e sem estudar. Dei uma pausa nos freelas por causa da faculdade, mas nunca fiquei “sem fazer nada”. Quando engravidei, tinha trancado o curso na utfpr e estava inscrita no vestibular da PUCPR, onde decidi que ia cursar engenharia biomédica para entender o funcionamento de diagnósticos médicos. Foi quando engravidei e começou a pandemia, tudo junto.
Então sim, desde que meu bebê nasceu, estou em casa por opção. É uma escolha diária para mim estar aqui. Eu amo a minha rotina, sou muito dedicada e estou feliz assim. Que se dane o patriarcado e que se dane quem pensa que estou “sem fazer nada”. Só me arrependo de uma coisa: ter demorado tanto pra mudar de psiquiatra. Se bem que ela amaria saber que em outubro começo um MBA online na USP!