Hoje me enxergo na minha mãe

Foi logo depois da gravidez que a ficha caiu: hoje me enxergo na minha mãe, pensei. Nunca achei que diria ou pensaria algo assim, mas aconteceu: Nicolas saiu da barriga e pronto, passei a entender minha mãe de diversas perspectivas totalmente novas. 

Tive anemia durante a gravidez e precisei de duas transfusões de ferro que me deixaram totalmente traumatizada. O susto foi tanto que passei a comer carne algumas vezes por mês mesmo sendo vegetariana desde 2006. E lá estava minha mãe disposta a produzir os mais deliciosos pratos com carne para me agradar (sendo que eu odeio o sabor da carne).

No meu aniversário esse ano tive a brilhante ideia de pedir um prato que eu amo por delivery. E lá estava minha mãe disposta a reproduzir em casa ela mesma o prato que eu tanto queria. Tem uma lista de histórias assim, da minha mãe fazendo coisas grandes e pequenas por mim, em toda minha vida e essas duas são apenas as mais recentes deste ano pandêmico. Sempre ela.

Acontece que quando meu bebê nasceu eu já estava pronta para fazer de tudo para ver ele feliz. E quanto menor o bebê, mais fácil de fazer acontecer. Atualmente, por exemplo, a maior felicidade possível dele é dormir mamando e ficar abraçadinho, de preferência noite adentro. Mais fácil que fazer vegetariano comer carne e ainda gostar. E tem coisa melhor que ver o filho feliz? Tem nada.