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Mão, pé, boca e desespero


08/maio/2023 | Anielle Casagrande |

Sempre que eu lia sobre a doença Mão, pé, boca, eu ficava de cabelo em pé. Tinha até relato de criança cheia de pintinha e com a pele descascando nos grupos de mães. Mas como coloquei meu bebê na escola mês passado, eu já sabia que seria questão de tempo para ele pegar.

Tudo começou com diarreia e uma febre chata e alta num sábado. No domingo continuou e na segundas-feira também, flutuando de acordo com a medicação. Na terça chamamos a pediatra de emergências em domicílio e ela percebeu que ele tinha aftas e bolinhas na boca e garganta e também estavam começando pintinhas nas mãos. Ah pronto, chegou a vez do Mão, pé boca na nossa casa. 

Uma semana depois, ele continua com febre flutuando e pintinhas nas mãos. E o pior de tudo são as aftas na boca. Mesmo tendo feito laser e tomando remédios, ele parece bastante incomodado. Está comendo só frango e mamando. Isso quando consegue: às vezes chora pra mamar, e depois de insistir um pouco consegue e passa o dia todo grudado no peito. Deve doer porque tem uma afta bem no lábio e outra na língua. 

Enquanto isso a gente colocou a vida todo no pause: ele não consigo fazer meus cursos nem fazer nada além de ficar no sofá amamentando. Meu marido não consegue trabalhar nem de dia nem de noite ajudando nos cuidados e administrando os remédios. As madrugadas são insanas e ele chora mais do que dorme. 

Se eu pudesse pegaria todas aftas para mim e deixaria ele livre delas. Ele é tão pequeno, e já aprendeu a falar “neném não quer papar, neném está com aiai”. O coração fica pequeno ao vê-lo sofrendo tanto. A parte boa é que já passaram 7 dias e logo esse vírus deve ir embora… até aparecer outro. 


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