Minha vida não acabou!

Logo que meu bebê nasceu eu comecei a sentir que minha vida tinha simplesmente acabado. Mesmo se não estivéssemos em uma pandemia e mesmo se eu não tivesse tido depressão, a sensação não muda e sei que a maioria das mulheres sentiu isso nos primeiros meses como mãe. Era o sentimento assustador de ter certeza que nunca mais iria fazer coisas que sempre fiz, como ver TV, jantar fora, viajar, ir ao teatro ou cinema, ir a um churrasco ou museu… E até a sensação de que nunca mais tomaria um banho em paz ou provaria roupas numa loja com calma.

Sem me dar conta, essa sensação foi passando aos poucos e praticamente sumiu. O bebê que era extremamente dependente e precisava de muitos cuidados deu lugar a um menino super companheiro. Ele tem só 17 meses e já jantamos fora inúmeras vezes, já fomos 2 vezes ao teatro, já consigo ver TV com ele em casa, já fomos até ao museu e fizemos churrasco em casa algumas vezes enquanto ele corria pelo jardim. Fica com o pai para eu tomar banho ou usar o provador de lojas de roupas. Sem falar nas viagens para a praia. Nico virou peça importante na nossa pequena família! A vida ficou até mais divertida porque com ele surgiram novos passeios, como as idas à pracinha, cachoeira, fazenda!

Inclusive agora planejamos as saídas sempre pensando nele. Levamos suas mudas extra de roupa e fraldas, água, frutas e biscoitos. Levamos sempre em consideração em suas sonecas e lanchinhos. Respeitamos se ele não gosta e chora em algum momento. É a vida se equilibrando e a gente se adaptando ao novo membro da família.

Quando ele nasceu eu descrevi minha vida como uma montanha russa, eram sempre fortes emoções e muitos momentos de medo, angústia, dúvidas. Hoje considero que as coisas estão mais ajustadas. A gente vai se adaptando aqui e ali e no fim está todo mundo feliz, principalmente o bebê, que vai até ao teatro e come crepe suíço na pracinha perto de casa. No fim minha vida não acabou, ela só mudou bastante, e foi para melhor. 💗