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O bebê no ultrassom


21/mar/2023 | Anielle Casagrande |

Ainda lembro com muito carinho de todos meus ultrassons. Por causa da pandemia não podia entrar acompanhante, então eu paguei para filmarem cada exame pra eu poder rever com meu marido em casa. Então eu tenho todos os vídeos, de todos os exames! 

Mas o mais legal mesmo foram as morfológicas de primeiro e segundo trimestre, em que cada cantinho do bebê era analisado por longos 30 minutos. Na primeira, com 13 semanas, eu levei um susto ao me deparar com uma mini pessoa, com braços e pernas, que não parava de se mexer. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, com certeza. Parecia menos uma bolinha e mais uma criança, finalmente. 

Gostava de procurar semelhanças comigo e com a minha família. De quem será esse nariz? E essas bochechas? Que bobagem! O nariz era só um ossinho pontudo na época. Mesmo assim, morria de amores pelas imagens e vídeos. Ficava sonhando em pegar logo aquele bebê no colo e começar nossa jornada (no início bastante árdua) pela amamentação. 

Mas a verdade é que só conseguia pensar em parto. Queria um parto normal e me organizei muito para isso durante toda a gravidez. Estudei muito, li muito, planejei muito, fiz fisioterapia pélvica, tive doula, contratei equipe e até fotógrafa. Mas não é assim que as coisas funcionam no Brasil, onde quase todos os partos na rede privada acabam em cesariana. Mesmo sabendo disso, passei meses olhando fotos e vídeos do bebê no ultrassom e pensando no parto que se aproximava.

Hoje olho para as imagens do ultrassom e lembro daquelas sensações todas (medo, desconfiança) sobre o parto. É engraçado como pensava tanto nisso e tinha tanta expectativa. Se pudesse voltar no tempo, teria estudado mais sobre puerpério e sobre como criar um filho do que sobre parto. O parto é um momento tão breve comparado a todo resto. Você passa algumas horas em parto mas passa anos criando uma criança.


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