Olha o wanderley!
02/abr/2023 | |
Nos primeiros 6 meses de vida do nosso bebê moramos em dois apartamentos no centro. Na época fazia todo sentido e estávamos felizes. Nunca nem pensamos em morar em casa na vida. Amávamos a praticidade da vida em apartamento e do centro, pertinho de tudo. Aliás, tudo isso só até conhecermos o Wanderley.
Era 4 da manhã quando o bebê acordou chorando. Meu marido viu pela câmera e foi do escritório para o quarto me cutucar. Nisso nosso cachorro saiu andando atrás dele. Estávamos ninando o bebê quando o interfone tocou pela primeira vez. Oi, aqui é o wanderley, eu não consigo dormir por causa do seu cachorro andando, ele disse. O cachorro em questão é a Lola, um shihtzu de 3kg.
Nas semanas seguintes nossa vida virou um inferno. Ele interfonava de dia e de noite. Logo começaram as mensagens no WhatsApp. E depois ele começou a exigir entrar em nosso apartamento para verificar os cachorros, se tinha tapete e rampa no quarto e nos acusar de deixar xixi de cachorro escorrer pela sacada até sua casa, sendo que na verdade era água nos vasos da moradora acima de nós. Foram dias de stress e ódio, até porque o síndico não estava disposto a nos ajudar. Não tinha solução.
Quando postei a história no Twitter, os comentários se dividiram em apenas dois grupos. Metade morava em apartamento e conhecia o que estávamos passando. Metade morava em casa e nos sugeriu morar em uma também. Aparentemente criar crianças em apartamento é ainda mais barulhento que um cachorro de 3kg e deixa muito mais vizinhos loucos. Assim que o Nico aprendesse a correr e jogar bola nas paredes e derrubar brinquedos no chão, o circo estaria armado de vez com o Wanderley.
Desde que Nico tinha 7 meses moramos em casa. Claro que tem problema que não tem em apartamento e os gastos com manutenção são muito maiores. Mas olha, a gente encara o preço do calheiro, jardineiro, dedetização e até as baratas, abelhas, borrachudos e tudo mais, só pra viver sem medo das ligações do Wanderley às 4 da manhã. Virou até piada. Quando o Nico está destruindo a casa gritando, pulando, correndo ou tocando a bateria, eu sempre grito “olha o Wanderley!” e meu marido completa “logo ele vai interfonar!”.