Previsão de furacão

Sempre que saio com meu filho tenho vontade de carregar junto uma plaquinha escrito “Previsão de furacão”. Ele chega em absolutamente qualquer lugar como um verdadeiro furacão e não tem nem dois anos. Ele corre, ele pula, ele rola no chão, ele tira tudo do lugar, ele rabisca onde não deve, ele arranca os tênis e as meias, ele sai gritando, ele persegue os animais de estimação (e pensando bem, os selvagens também). Por onde ele passa, vai deixando os rastros que gritam: o bebê passou por aqui. Diagnóstico? Nenhum. Aliás, diagnóstico de bebê feliz, esse sim.

Nico não gosta de andar, nem de carrinho, nem de colo, nem de sling. O negócio dele é correr. Se estamos no shopping, no mercado, na praça, ou no parquinho, tanto faz, ele está sempre correndo. Até na casa da Bisa, ele está sempre correndo. Parece um bichinho que alguém deu corda e não consegue parar quieto. A diferença é que ele não para e também não cansa. Confesso que às vezes entramos na brincadeira e corremos com ele, para sua alegria. Ele fica todo sorridente e dando gritinhos.

Para ir ao mercado ou shopping precisamos escolher os locais a dedo. Escolhemos lugares mais vazios e mais amplos, com grandes corredores onde ele pode correr livre sem esbarrar em objetos e pessoas. Resolvemos tudo que precisamos enquanto ele perambula pra lá e pra cá sob nosso olhar atento. Se ele ficasse no carrinho ou no colo seria tudo mais prático, mas respeitamos que o negócio dele é mesmo correr e pular sem parar. Uma energia sem fim, já que ele pode correr por horas e nunca se cansa.

O mais difícil mesmo é visitar alguém com o pequeno furacão. Recentemente fomos tomar um café na casa de uma amiga e ele decidiu que precisava riscar os quadros (mas não conseguiu), perseguiu os gatos, pintou a mesa e riscou o sofá, pro meu desespero. Também roubou duas bolinhas dos gatos e trouxe pra casa. Saindo de lá, olhei pra trás e vi que a casa estava de ponta cabeça. Eu não falei que é um pequeno furacão?