Primeiro verão do bebê

Nico nasceu em novembro, então como devem imaginar seu primeiro verão foi logo após seu nascimento, quando ele tinha apenas um mês. Mas houve uma pandemia e morávamos em apartamento no centro da cidade. Não teve nada de praça, sol, grama, jardim. Podemos simplesmente fingir que esse primeiro verão não existiu e considerar o verão seguinte como o primeiro?

No seu verão seguinte, que gosto de chamar de “seu primeiro verão” mesmo sendo o segundo, Nicolas tinha um ano e um mês. A vovó que mora na Alemanha veio passar 5 meses na nossa casa fugindo do inverno. Havíamos nos mudado para uma casa com jardim em um bairro residencial. Tínhamos acabado de descobrir a delícia que são os parques e praças de toda a cidade. Estávamos vacinados contra o COVID e deixando de usar máscaras. Havíamos acabado de voltar a ir pessoalmente a mercados e shoppings depois de dois anos trancados, e agora tínhamos um bebê. 

O bebê havia acabado de ganhar um escorregador, uma enorme caixa de areia em forma de tartaruga e duas piscininhas que ele odiou. Da tartaruga, ele gostava de sentar na tampa quando cheia de água, imitando uma piscina mas bem menos escorregadia e profunda. Ele também aprendeu naquele verão a comer sorvete de milho com a avó no quintal. Também foi nesse verão que ele foi liberado de tomar vitamina D em gotas porque já estava com os níveis muito acima dos esperados, porque passava o dia no jardim.

Nos primeiros passeios pelas praças do nosso bairro, o bebê conheceu inúmeros cachorros e outras crianças. Também foi nesse verão que ele conheceu a praia! E o mar! Ele amou correr na areia atrás da própria sombra e dar tchauzinho para ela, dando risadinhas. Sem falar nas gaivotas. Sua paixão na praia sempre foram as gaivotas. 

Como já ia pra escola, esse verão marcou também suas primeiras férias escolares. O seu primeiro verão no fim foi tão gostoso que acabamos tirando ele da escola e mantendo ele em casa um ano inteiro conosco, até ontem, quando ele voltou pra escola.