Proibido ser criança

No último verão tive a ideia de levar meu bebê conhecer a praia onde eu ia sempre quando era adolescente, aqui no Paraná. É um lugar cercado de natureza, realmente muito bacana. Foi quando comecei a procurar hotel e lembrei de um perto da praia. 

Para minha surpresa fui informada que crianças não são bem vindas. Como assim? Quando você marca na reserva que tem criança, eles simplesmente cancelam e dizem que estão lotados. Nenhuma novidade, eu já sabia que essa prática existe, apesar de nunca ter percebido em um hotel tão perto de mim. 

Não satisfeita, resolvi investigar por que afinal crianças não são bem vindas. Não me entra na cabeça que limitem sua entrada. Sem falar na crueldade com elas, tem o isolamento de pais e mães, que não podem frequentar esses lugares. A resposta me deixou mais chocada ainda: eu poderia me hospedar desde que meu filho não corresse e não gritasse. Ele tem dois anos!

Pra quem vê minhas postagens já percebeu que isso é impossível. Aqui em casa chamamos o Nicolas de pequeno furacão. Ele está sempre correndo e gritando. E sim, isso é o normal e esperado para sua idade. Ele ser esse bebê elétrico e curioso está totalmente dentro da normalidade para uma criança de dois anos, aprendendo a descobrir e se impor no mundo.

Daí se tiram duas certezas: que na gerência desse hotel não tem nenhuma mãe. E que eu prefiro que meu bebê fique longe de gente que tem preconceito com essa fase tão linda e cheia de energia que é a infância.