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Que nunca falte amor


08/fev/2023 | Anielle Casagrande |

Estamos passando por uns dias terríveis como pais desde o diagnóstico do nosso bebê com autismo. Na verdade muitas coisas ainda estão confusas e meu marido sequer acredita 100% no diagnóstico. Ainda estamos na fase da negação. Só o tempo com escola e terapias vão dizer. Não deixaremos de seguir as ordens médicas, mas que estamos cheios de medo e dúvidas, estamos.

Começamos a pesquisar sobre as terapias, planos de saúde e falar com outros pais de autistas e logo entrei em pânico. Passei a ler livros e falar com pais de autistas 24h por dia. Não fiquei feliz em saber que a única clínica que gostei não atende meu plano e na verdade nem tem vaga. Ouvi histórias lindas de crianças que se desenvolveram muito bem e algumas até tiveram alta das terapias. 

Mas teve também as histórias das crianças maltratadas na escola ou nas terapias por serem diferentes. Por não parar quieta, por gritar muito, por não olhar nos olhos, por ter seletividade alimentar, por não fazer a soneca, por demorar no desfralde, por ter crises de choro. Me sinto entrando numa batalha, mas não tenho certeza se estou pronta. Até quarta-feira passada eu era só uma mãe que gosta de fazer bolachas, de repente 7 dias depois estou aqui pesquisando sobre como processar a unimed. 

Falando com meu marido sobre os tratamentos que o Nico vai receber e como ficaremos em cima para ver se estão tratando ele bem, chegamos à conclusão que na real tudo isso é só mais uma das batalhas em família que estão por vir. Dá medo, a gente se apavora, mas faz parte de ter um filho. Ele ainda vai entrar na escola, morder e ser mordido, reprovar (ou quase) de ano, brigar com outras crianças, ter um amor platônico, ir pra aula de inglês contrariado, matar aula de educação física escondido, enfim, ainda tem muita coisa para enfrentarmos juntos, ao lado do nosso filho. O importante mesmo é que para ele nunca falte amor.


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