Tarde na pracinha

Já eram 17h quando chegamos na pracinha. O sol brilhava mas não o suficiente para nos preocuparmos. Eu sempre levo meu bebê na praça e sempre me surpreendo como ele ama e como é um passeio divertido e cheio de vida. É brinquedo, brincadeira, passarinho, cachorro, criança e finalmente outros pais para conversar. Resumindo, todo mundo fica feliz e traz um pouco de leveza pro MEU dia-a-dia, finalmente.

Passeio na pracinha é o cachorro peludo e grande que passou correndo e deixou o bebê dando risadas e batendo palmas. É o cachorro pequeno e agitado que correu atrás do bebê e arrancou gritos de alegria e algumas quase-lambidas na bochecha. É o bebê que veio brincar com o meu mas teve ciúmes do próprio brinquedo. É o bebê que estava na balança com os pais e fez amizade com o meu, e nós ficamos de papo com os pais. É bebê que brincou na grama, na folhagem, na areia, na terra, no parquinho, no morrinho, na árvore e até na escadaria.

É o casal com gêmeos que passou lá longe e nos deixou aflitos: imagina cuidar de dois bebês ao mesmo tempo? Mas também é o casal com duas crianças grandes que me deixou encantada de ver como os adultos estavam tranquilos porque as crianças brincam sozinhas. Me deixou pensando que o segredo da maternidade feliz é ter dois filhos pra eles brincarem entre eles e meu café não esfriar mais – calma, eu sei que é uma ilusão, mas me deixa sonhar?

É um passarinho que saiu voando e deixou o bebê quase louco correndo atrás, rindo e gritando. É família com cachorro que sentou do lado no gramado pra conversar com a gente. Alguém pra conversar ao vivo, finalmente! É o grupo de adolescentes andando de skate que deixou o bebê hipnotizado. E depois as crianças aprendendo a andar de bicicleta: o bebê ficou impressionado. É bebê que pediu pra subir na árvore e depois quis tomar meu caldo de cana – e sabe deus se podia, mas eu dei um gole sim, e ele amou! Puxa, meu único arrependimento é não ter descoberto antes as pracinhas.