Publicidade

Tempo, vá mais devagar


03/mar/2023 | Anielle Casagrande |

Confesso que sempre que lia pais e mães postando que queriam que o tempo fosse mais devagar me sentia um et: meu sonho desde que meu bebê nasceu sempre foi que passasse logo. Primeiro, o puerpério. Depois, a fase do bebê 100% dependente de mim. Sem falar na fase atual, dos dois anos, que é de muito choro. Eu queria logo um companheiro pra jogar videogame e jogos de tabuleiro ou ver um filme no cinema, de preferência que já falasse, comesse e fosse sozinho ao banheiro. Sim, esse foi meu grande sonho nos primeiros meses depois que ele nasceu.

Essa noite, porém, tive um click. Estava ninando o bebê que anda com uma tosse terrível, era 6 da manhã, quando abracei ele bem forte, enchi de beijos e percebi que ele não caberá (nem vai querer caber!) no meu colo nem mamará por muito tempo. Logo ele será o companheiro que eu sempre quis, e trocaremos os desenhos de bebê por filmes da Disney, e os passeios na praça por idas ao cinema. Estava animada até perceber que, adivinha? Passou muito rápido. 

Eu queria muito que alguém tivesse avisado no meu puerpério que passa muito rápido e dois anos depois eu teria saudades daquele bebê pequenino que me deixava tão preocupada. Da mesma forma que daqui uns anos terei saudades do bebê de dois anos que tenho agora. Ele está aprendendo a ler e falar, dando sinais de desfralde. Mas também está deixando de ser bebê. 

Na correria do dia a dia a gente nem se toca como, apesar de cansativa, cada fase tem lá sua magia. O recém nascido que mais parece um boneco (e mesmo assim dá um trabalhão!) deixa saudades. O bebê de um ano aprendendo a andar e correr também. Até o bebê de dois anos, que chora e se atira no chão metade do tempo que passa acordado, adivinha, também. 


Publicidade
^