Um pinhão para o bebê

Desde que nos mudamos para uma casa, as estações do ano passaram a ser bem mais interessantes do que em qualquer outro momento da nossa vida em apartamento. No verão tem piscina de plástico no quintal e banho de mangueira. No outono o bebê rola nas folhas secas e brinca de jogar pra cima. Na primavera ele sai cheirando todas as flores que encontra e rende fotos lindas.

Agora no inverno eu estava achando que não teria nada de interessante além das muitas roupas lindas de frio. Mas adivinha? Assim que o bebê conheceu o gosto do pinhão ele se apaixonou. E para a nossa surpresa logo ele aprendeu a catar pinhão junto com a gente e passou a entender o processo de cozinhar o pinhão e comer depois. No começo ele tentava comer o pinhão cru logo após colher. Hoje ele já aponta a panela de pressão e fala “qué” de quero. É pra morrer de fofura mesmo.

As buscas pelo pinhão têm sido momentos muito gostosos em família. A gente sai em busca do pinhão com o bebê e seu triciclo que tem um grande cesto no porta malas e rapidinho esse cesto volta cheio. No caminho, o bebê vai cheirando todas as flores que encontra, inclusive a do manjericão, e colhendo os dentes de leão. Também já está aprendendo a diferenciar as falhas de pinhão dos pinhões de verdade. Já sabe que depois de colher precisa jogar na cestinha, numa sacola ou enfiar no bolso da jaqueta. E já sabe que depois precisa esperar cozinhar por meia hora e que pra comer precisa mastigar bem. 

O pinhão é uma espécie de prêmio por ter que aguentar o inverno na capital mais fria do país. Falo por mim, que odeio frio. Já pro bebê tá tudo ótimo, não importa a estação, principalmente quando tem pinhão!