Uma coberta para a mãe

Logo que meu filho nasceu passei meses fechada com todas cortinas fechadas, geralmente perambulando de camisola ou praticamente pelada dia e noite. Em muitos momentos acabava deitando com o bebê, para ele dormir mamando, e ficava lá deitada com ele nos meus braços sem poder me mexer ou falar. Sempre achei muito curioso que nesses momentos meu marido sempre aparecia com uma coberta… Mas cobria só o bebê, mesmo eu estando sempre imóvel, em absoluto silêncio e praticamente pelada!

Vejam bem, esse texto não é uma cobrança ou uma reclamação, meu marido sempre foi um parceiro incrível e já contei várias vezes que ele assumiu TODOS os cuidados com o bebê nos primeiros meses menos a amamentação. Mas usarei essa história da coberta como um gancho para questionar como anda o apoio das outras mães por aí. 

Quem cuida de quem cuida? É preciso muito suporte para criar uma criança. Tem gente sem ajuda que dá seus pulos e faz acontecer, o que é incrível e desgastante. Mas na verdade ninguém deveria passar por isso sozinha. Porque criar crianças é uma tarefa árdua, complexa, difícil e muito cansativa. Qualquer suporte é importante, seja qual for. 

Criar crianças demanda além de tudo um tempo gigante e uma dedicação maior ainda. É muito difícil ter calma com o bebê que chora porque não quer pôr o sapato quando você mesma ainda não conseguiu tomar seu café da manhã e ir ao banheiro e já são 11h da manhã. É muito difícil ser a mãe dedicada quando você está sozinha em casa cuidando de uma criança com virose e ainda precisa trabalhar em home office e fazer o almoço.

Tem alguém cobrindo essa mãe? E tá dando pra cobrir bem, até os pés? Tem parceiro fazendo seu papel? Tem uma mãe cobrindo a outra? Tá dando pra todo mundo dormir quentinha?