Provadores virtuais e a experiência do usuário
Sempre senti uma frustração enorme com as informações de produtos em lojas online. Não apenas roupas e sapatos, mas no geral mesmo. Até para comprar um powerbank, ou clipes de papel, diversas vezes como usuária me senti frustrada e inquieta. São poucas lojas que entendem a necessidade de fornecer os dados do produto, mas não qualquer dado, dados úteis para o consumidor. Há lojas que explicam até onde foi feito, da indústria, blablabla. Não percebem que o consumidor quer saber tamanho, material, fotos de diversos ângulos?
Obviamente a frustração é maior quando se trata de roupas. Anos atrás eu fiquei impressionada ao descobrir que a Hering colocava medidas corretas de cada peça no site, e não apenas uma tabela de medidas para todas as peças, o que não faz sentido algum. Enquanto isso, a maioria das lojas continuava (e na verdade acho que continua) oferecendo informações pobres. Entendo que é um trabalho enorme medir peça por peça, mas ao meu ver como consumidora, é o mínimo que uma loja pode oferecer de profissionalismo ao vender roupas online. O consumidor está sozinho em seu computador, sem ajuda de um vendedor, tendo que escolher qual roupa irá arriscar comprar pra só quando o pacote chegar descobrir se serve. Custa a loja ajudar?
Falando de roupas, costumo observar a preocupação de lojas virtuais em oferecer diversas formas de o usuário conferir seu tamanho para efetuar a compra. Isso foi um assunto que me fez arrancar os cabelos por muitos anos, pois como sabem, já fui dessas que compra online dia sim, dia não. Minha grande paixão sempre foi a Dafiti, como já contei aqui (porque diabos sentei num jacaré de concreto pra bater foto pra ilustrar o post, eu não sei!). Com a mudança para um prédio sem porteiro mudei totalmente meus hábitos, mas continuo investigando os sites.
A Dafiti é a loja que mais impressiona nesse quesito, porque estão sempre tentando satisfazer o usuário e garantir uma boa experiência de compra. Em março de 2015, quando adotaram o “provador virtual“, testei como se não houvesse amanhã. É um pequeno box fixado no cantinho inferior direito da tela, onde você preenche altura, peso, cintura e busto. Depois escolhe uma cabeça e ele monta uma boneca que representa você. É legal que dá pra montar looks inteiros, com sapato, casaco e tudo. A ideia é ótima, apesar de ter sito extremamente frustrante pra mim quando me representaram muito mais gordinha que eu sou (ou acho que sou?), apesar de sugerirem que visto M. O provador virtual é uma forma do usuário se sentir próximo da peça de uma forma totalmente nova, e como é baseado nos tamanhos do seu corpo, oferece dados teoricamente ainda mais confiáveis. Mesmo que eu parecesse o godzila dentro do vestidinho verde que obviamente não comprei.
O mais curioso é que olhando meus e-mails reparei que a última compra que fiz na Dafiti foi justamente em março de 2015, quando entrei espiar o novo provador virtual, me senti ridícula no vestidinho verde e saí de lá com uma sacola de camisetinhas. Mas o que me levou a começar todo este texto, foi porque após longos anos “viciada” na Dafiti (e Zalando na Alemanha, mesma empresa), hoje entrei lá dar uma espiada e me deparei com um novo “provador virtual”. Interessada na experiência do usuário como sou, fiquei em êxtase e comecei a fuçar com um sorriso maroto na cara. Basicamente agora usam um modal (tela sobreporta) em que você informa peso, altura, idade, tamanho da barriga e dos quadris. Passou muita confiança. Após inserir os dados, ele pergunta se você quer a peça mais soltinha, normal ou justinha, e te mostra a medida ideal, sugerindo que voce já coloque no carrinho. Ele ainda traz dados que justificam o acerto da ferramenta na sugestão do tamanho! Gostei MUITO desta forma de investigar minha numeração para cada peça, e com certeza darei uma chance para o novo “provador virtual” da Dafiti.
Por que estou falando tudo isso? Pra mostrar como as empresas precisam olhar mais para a experiência de seus usuários!
PS: Achei super desnecessário o box do novo provador virtual apresentar a seleção de idade como uma barra finita, que vai até cem anos (ainda tentou ser otimista!). De certa forma imagino que quem está pra lá dos 50 vai ficar meio chateado pensando que está na metade da vida. Ou eu que sou dramática? Enfim, a barra não é necessária e não ajuda em NADA na seleção da idade.