Uma aula sobre Empatia
No início do ano na minha pós-graduação houveram algumas apresensações e aulas sobre empatia. Claro que falamos principalmente sobre colocar-se no lugar do outro no sentido de usuários/clientes, mas você já pensou nisso aplicado à sua vida? Voltei para casa pensando. Em qualquer atividade em grupo, seja no trabalho, seja numa conversa no bar, você se coloca no lugar do outro? Imagina como você vai impactar o dia das outras pessoas com quem convive? Enfim, realmente me animei com o assunto. Na teoria é tão bonitinho, mas e na prática?
Enquanto a conversinha da empatia me distraia no decorrer dos dias, acabei tomando dois baques naquela mesma semana. Acontece que recebi a notícia de um familiar que estava com uma doença neurológica. Eis que comentando com alguns conhecidos, o que ouvi foram em sua grande maioria piadas sobre a doença (que depois descobri que não era séria! ufa!). Isto já faz meses, mas ainda não esqueci. Me assombra a coragem que as pessoas têm na hora de brincar com as preocupações dos outros.
O segundo baque veio em uma sexta-feira chuvosa, quando escorreguei na chuva e cai no meio da calçada. Minha perna estava sangrando, minha calça rasgou, meu guarda-chuva quebrou. Quando consegui levantar percebi que a poucos passos de distância havia um grupinho de pessoas conversando e fiquei me questionando porque ninguém sequer perguntou se eu estava bem ou me ajudou a levantar. Passado o susto, segui o caminho para casa. Costurei a calça, passei remédio no joelho e fiquei pensando naquele grupo de pessoas. Mas na verdade o ponto em que quero chegar é este: e se fosse eu conversando na calçada, eu socorreria alguém que caiu perto de mim?